Homesteaders Brasil #16 | Fechar o Ciclo: Transformar Resíduos em Recursos, Essa é a Revolução dos Biodigestores

Uma exploração de como a milenar tecnologia dos biodigestores pode ajudar a definir o futuro da agricultura regenerativa e estilo de vida off grid no Brasil.

Para começo de conversa 🌱

Você já conhece o fantástico trabalho exercido pelos biodigestores?

Nesta semana, nosso canal @TuchêNunesAutossustentável trouxe o primeiro vídeo sobre biodigestores e seus subprodutos.

A Newsletter da semana também tem esse tom, vamos falar mais sobre essa ferramentas maravilhosa!

Tá, mas e o Bitcoin? 🗣️₿⚡🍻

Na semana, o BTC recuperou a baixa de 7,5% dos 7 dias anteriores, subindo 10,03%.

A euforia parece ter passado, porém as avaliações são que ocorra novamente após o Halving, alguns chutam que acontecerá com mais intensidade, inaugurando um novo patamar de valorização frente às Fiats.

Comentário da semana fica para o Podcast gravado pelo Bruno Perini com Paulo Guedes, que ainda não caiu a ficha, ele descreve o BTC sem associar uma coisa a outra. O trecho vou deixar a baixo, porém completo vale a pena assistir:

Fechar o Ciclo: Transformar Resíduos em Recursos, Essa é a Revolução dos Biodigestores

Uma exploração de como a milenar tecnologia dos biodigestores pode ajudar a definir o futuro da agricultura regenerativa e estilo de vida off grid no Brasil.

No universo da autossuficiência e da sustentabilidade, o uso de biodigestores surge como uma solução “inovadora” e eficaz para a conversão de resíduos orgânicos em biogás, uma fonte de energia renovável. Esta tecnologia simples, mas transformadora, oferece uma alternativa viável para pequenos e médios agricultores, permacultores e homesteaders anarcocapitalistas brasileiros, não apenas para a produção de energia, mas também como um passo em direção à independência e autonomia energética.

A essência de um biodigestor reside na sua capacidade de transformar resíduos, como restos de alimentos e fezes de animais, em biogás através do processo de decomposição anaeróbica. Este processo é realizado por microorganismos que operam sem a presença de oxigênio, quebrando a matéria orgânica e resultando na produção de metano (CH4)  e dióxido de carbono (CO2), os principais componentes do biogás.

O processo de transformação da biomassa em biogás inicia-se com a coleta e separação dos resíduos orgânicos. Esses materiais são então introduzidos no biodigestor, onde são submetidos à ação de bactérias metanogênicas. Essencialmente, o processo pode ser dividido em quatro etapas: hidrólise, acidogênese, acetogênese, metanogênese e Sulfatogênese, culminando na produção de biogás.

As fases são interdependentes, um exemplo interessante é mostrado na figura acima, onde o etanol é transformado em acetato e hidrogênio pelo grupo de bactérias Methanobacillus omelianski Stamm S e posteriormente transformado em metano e dióxido de carbono pelo grupo de bactérias Methanobacillus omelianski Stamm M.o.H (Methanobacterium oxidizing Hydrogen ou Methanobacterium bryantii). (BRYANT et al., 1967; BATTENBERG, 2000).

O biogás gerado pode ser diretamente utilizado para produção de calor, em processos de cozimento ou aquecimento. No entanto, sua aplicação não se limita a isso. Através de um processo de purificação, o biogás pode ser transformado em biometano, um substituto direto do gás natural. Adicionalmente, utilizando geradores apropriados, o biogás pode ser convertido em energia elétrica, fornecendo uma fonte autônoma de energia para operações agrícolas e residências rurais. Vale ressaltar que das opções de energias renováveis, o biogás é uma das mais seguras, pois constantemente está sendo gerado no processo de decomposição anaeróbia, um ponto significativo em contraposição às oscilações do vento e às semanas de pouco sol.

Um exemplo concreto do potencial dessa tecnologia pode ser observado no caso da Usina São João, localizada em São João da Boa Vista, no interior de São Paulo. Em uma iniciativa pioneira no Brasil, a usina implementou o primeiro reator anaeróbio UASB (Upflow Anaerobic Sludge Blanket) em 1986, destinado ao tratamento da vinhaça – um subproduto da produção de etanol – convertendo-a em biogás. Este biogás foi purificado e utilizado como combustível para a frota de caminhões da usina, exemplificando uma utilização prática e eficiente dos recursos disponíveis. Este projeto não só proporcionou uma fonte de energia renovável para a usina, mas também apresentou uma solução para o manejo de resíduos, demonstrando o potencial econômico e ambiental da biodigestão.

A implementação de biodigestores não é limitada a grandes operações industriais. Agricultores e homesteaders podem construir e operar biodigestores em escala menor, utilizando materiais básicos e resíduos orgânicos disponíveis em suas propriedades. O processo de montagem e manutenção de um biodigestor caseiro é relativamente simples, exigindo um tanque hermético para a decomposição anaeróbia, tubulações para entrada de matéria orgânica, saída de biogás e saída de um líquido.

Além da produção de biogás, os biodigestores produzem um subproduto valioso – o biofertilizante (líquido). Este resíduo rico em nutrientes pode ser utilizado para enriquecer o solo, fechando o ciclo de sustentabilidade ao retornar os nutrientes ao ambiente de onde vieram. Este aspecto alinha-se perfeitamente com os princípios da permacultura e da agricultura sustentável, destacando a importância de sistemas fechados que maximizam o uso de recursos e minimizam o desperdício.

Biodigestor de Lagoa Coberta – BLC, instalada na Granja Colombari, em São Miguel do Iguaçu (PR)

Em resumo, os biodigestores representam uma solução prática e sustentável para a gestão de resíduos e a produção de energia renovável, especialmente valiosa para aqueles que buscam um estilo de vida autossuficiente e respeitoso com o meio ambiente. A experiência da Usina São João ilustra o potencial dessa tecnologia não apenas para trazer benefícios econômicos, mas também para contribuir para um futuro mais sustentável, transformando resíduos em recursos valiosos ​

Para dar tchau 👋🏻

Uma inovação que está transformando a maneira como pensamos sobre sustentabilidade e autossuficiência: o avanço dos biodigestores domésticos. Esta tecnologia, que converte resíduos orgânicos em biogás e biofertilizante, está se tornando mais acessível, graças a inovações significativas no design e na eficiência.

A Home Biogás é uma startup de Israel que entrega em 2 caixas um biodigestor completo, com adicional de fogão de uma ou duas bocas.

O cenário está mudando rapidamente, com a chegada de modelos compactos e fáceis de instalar, projetados especialmente para residências. Esses sistemas não só se adaptam perfeitamente a pequenos espaços, como também são fáceis de operar, tornando a produção de biogás uma realidade viável mesmo para quem vive em áreas urbanas. Além da redução do desperdício e da contribuição para um meio ambiente mais limpo, os proprietários de biodigestores domésticos podem desfrutar da independência energética e da redução de custos com gás.

Em um local remoto da índia, uma mulher cozinha com Biogás, os dados de biodigestor tão captados pelo aparelho fixado na parede.

As recentes inovações vão além da praticidade e da acessibilidade. O sistema Smart Biogas é um exemplo inovador que utiliza tecnologia IoT e sensores para monitorar a saúde do biodigestor, enviando dados para a nuvem. Isso permite um controle e manutenção preditiva mais eficazes, além de oferecer insights sem precedentes sobre o desempenho dos biodigestores. Esse avanço tecnológico torna os biodigestores mais acessíveis e fáceis de usar, promovendo a sustentabilidade e a autossuficiência energética.

O Smart Biogas coleta pressão, vazão e dados de consumo de digestores.

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Eu te desejo Vida, Liberdade e Propriedade 🌱🐍🖤💛

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