Nas edições anteriores
#4 | Caso Mynd/Choquei: Entender o Papel do Homesteader na Era da Informação
#3 | A Fusão de Arte e Liberdade: Hundertwasser e Rothbard
#2 | Do individual ao coletivo, realizar-se em não se ajustar

Para começo de conversa 🌱

Você já ficou pelo menos uma semana seguida bebendo kombucha? 🤯

Meu Deus gente, é absurda a diferença que uma bebida tão simples faz no nosso dia a dia. Semana passada eu te contei que já fui produtor disso, porém depois que me mudei de MG para SP, não produzi nem para mim mesmo mais. Após uma viagem para Floripa senti novamente os benefícios, e essa semana achei uma fornecedora artesanal em minha cidade atual. Agora fica a dúvida, por que mesmo eu parei de tomar? 🤦🏻‍♂️

Tá, mas e o Bitcoin? 🗣️₿⚡🍻

Que semana meus amigos…
Se você não acompanhou a novela, vou resumir brevemente:

1- A SEC (ou U.S. Securities and Exchange Commission) é uma agência independente responsável por “proteger” e regular o mercado de capitais americano, anunciou em 9 de janeiro a aprovação do ETF do Bitcoin.

2 - O anúncio, que não era certo mas cercado de expectativas de aprovação, não foi feita pela SEC em sua conta oficial, o orgão esclareceu que o seu Twitter/X havia sido hackeado, logo o ETF do BTC não estava aprovado.

3 - No dia 10 de janeiro, quarta-feira que estava previsto o anuncio da SEC com relação a aprovação ou não do ETF, ela confirmou que estava aprovado.

4 - ETF é um papel negociado em bolsa, que não necessáriamente é o ativo, mas ele é “lastreado“ no ativo, como se você estivesse investindo nesse ativo de maneira direta/indireta, existe ETF de ouro por exemplo, você não compra outro, mas compra um papel que diz que você tem X em ouro.

Para investidores, a notícia da ETF era bastante aguardada, pois significa a possível entrada de gigantescos capitais na brincadeira da moeda descentralizada, porém, até aqui, não é exatamente isso que se vê.

Mas e para nós homesteaders, isso é bom?

Do ponto de vista de valorização dos seus satoshis para trocar por bens em moeda fiat na Babilônia, pode ser excelente.

Do ponto de vista do BTC como revolução do varejo, onde pequenos podem comprar e ter uma vida mais confortável no futuro, pode ser ruim, pois a tendência é criar uma barreira de entrada (pensando em capacidade) para desendinheirados ou atuais alienados/futuros acordados.

Do ponto de vista do valor real do BTC, pode ser ruim pelo fato de esses grandes fundos terem o capacidade de influir na cotação da criptomoeda, trazendo distorções para o preço, que é uma informação de mercado.

Sabemos que o BTC é o futuro, e que comerá todas as outras moedas governamentais e ativos especulativos, porém a questão é, como isso vai acontecer?

Aproveitamento Primário da Energia Natural, Quando Faz Sentido?

Recentemente, publiquei no YouTube 2 vídeos sobre o Aproveitamento das Energias Naturais na Permacultura, o primeiro abordando esse aproveitamento através da bioarquitetura, gravidade, força hídrica e do vento. Já o segundo, tem o foco na energia térmica, do sol, proveniente da biomassa e compostagem. Essas são algumas forças da natureza que nós conseguimos facilmente processar dentro dos nossos sistemas, sem a necessidade de transformar tais potências em eletricidade.

Sabemos que pela primeira Lei da Termodinâmica, a energia não pode ser criada, mas apenas transformada. E sabemos também que a abordagem de sistema energético da permacultura tem como premissa criar o maior número de interações (fluxo entre elementos) pelo maior tempo possível, devolvendo a energia ao meio externo igual ou melhor do que a forma que recebeu (princípio ético da permacultura que é o mesmo que efeito carona ou externalidade positiva para Libertários). 

Muito bonito isso tudo, porém, por que a defesa em não transformar todas essas energias potenciais em elétrica, mas aproveitá-las em trabalhos analógicos, incluindo alguns de baixa eficiência?

O primeiro ponto é por segurança: Equipamentos elétricos, muitas vezes são mais confortáveis, limpos, eficientes e anatômicos que gambiarras manuais. Vamos usar o exemplo do forno solar do vídeo 2, o forno à gás, ou até mesmo elétrico, são mais rápidos e eficazes que a bugiganga apresentada, são capazes de funcionar bem, mesmo em dias frios, nublados e chuvosos. É ridículo comparar uma solução com a outra nesses aspectos de eficiência e eficácia, no entanto, muitas vezes os recursos necessários para adquirir ou manter esses equipamentos mais tecnológicos operantes, podem não estar dentro de suas possibilidades, assim, desenvolver a alternativa analógica, experimentar e habituar com ela, são certamente ações que te manterão mais autônomo em situações divergentes.

O segundo ponto é simples e lógica: Equipamentos analógicos, como uma roda d'água que soltou uma correia ou um forno solar que está na sombra, são mecanismos que mesmo pessoas menos atentas podemos, com força de vontade, corrigir. Um sistema que depende única e exclusivamente de você é um erro de planejamento quando isso pode ser feito de forma menos complexa. O aproveitamento das Energias Naturais nessas soluções carrega este benefício, de menor dependência de poucos indivíduos e consequente maior autonomia da propriedade. Além disso, dispositivos analógicos possuem essa lógica explícita que é atirada na cara do observador, fazendo com que ele chegue na solução a partir da análise do processo, partindo da entrada energética à saída do produto, encontrando entre um e outro onde o encadeamento falhou.

O terceiro ponto é o da energia específica: Assim como escolhemos um martelo para pregar um prego e uma chave de fenda para apertar um parafuso, escolhemos a energia solar para assar um pão em um dia ensolarado e a eletricidade para aspirar o sofá. Cada tarefa tem sua ferramenta ideal, assim como cada atividade tem sua fonte de energia mais adequada. Pois, existem tarefas que exigem energias específicas para se cumprir. A mineração de BTC não pode acontecer com o giro de uma simples roda d’água em madeira, ela precisa de energia elétrica, porém, a farinha pode ser feita a partir dessa simplória ferramenta, direcionando a eletricidade para onde ela se faz indispensável.

O quarto ponto é que alivia ou aperta o bolso: Geralmente, é mais barato realizar o aproveitamento das energias naturais sem convertê-las em energia elétrica. Voltemos ao exemplo do pão no forno solar, ele não requer investimento de gás ou eletricidade para ser concluído, apenas o posicionamento no momento e local adequado para a realização natural do trabalho, assim é fácil perceber que a pegada energética cai drasticamente, diminuindo a necessidade de transformação da energia potencial contida na propriedade, economizando esse trabalho que requer investimento.

Em linhas gerais, esses pontos são certeiros. Mesmo que você possa realizar um trabalho com energia elétrica abundante, você estará abrindo mão de minerar para isso, mesmo que seja mais barato o modelo moderno, você estará abrindo mão de segurança e autonomia em algum momento. Não estou aqui, defendendo que tudo seja na mão, pelo contrário, nossa abordagem é de unir tecnologia (tecnologia de ponta melhor dizendo) com a vida homestead/permacultural. O que desejo evidenciar é que você não deve sair de uma dependência para entrar em outra. Muitas vezes nós temos o Sistema/Babilônia tão enraizados em nossa percepção, que acabamos por reproduzir inconscientemente sua lógica. 

A beleza da abordagem de sistemas energéticos da permacultura, são as infinitas possibilidades que alguns metros quadrados te dão de solução. A permacultura é a ferramenta mais capaz de te levar da condição de escravo à soberano. É interessante como o design, a física, a geografia e tantas outras áreas de conhecimento, que no modelo tradicional víamos separados em caixinhas, nela são intimamente correlacionadas, entregando ao Homem ou Mulher que a escolhem, uma vida integral.

Para dar tchau 👋🏻

Jean Pain merece um artigo, um vídeo, e uma estátua para dizer o mínimo. sua solução para a autossuficiência com a compostagem é algo extraordinariamente sólido e nos mostra como menosprezamos recursos na Babilônia.

Para saber do que estou falando, assista o vídeo abaixo a partir do minuto 9:32.